Mudança de direção
Atualmente, a imagem da Renault no Brasil está associada, basicamente, a modelos populares e mais acessíveis. Afinal, o seu portfólio de automóveis é composto por Clio (da segunda geração), Sandero, Logan, Duster e Fluence, sendo que apenas o último tem uma versão mais ousada (GT). Em termos de vendas, não se pode criticar a estratégia da marca — tanto que ela está sempre entre as mais comercializadas do mercado —, mas, institucionalmente, o plano não é tão bom.
Não é à toa que a fabricante decidiu, no início de julho, trazer dois esportivos que fazem sucesso na Europa para serem expostos em Campos do Jordão, cidade localizada na Serra da Mantiqueira, entre São Paulo e Minas Gerais, muito badalada durante o inverno. A intenção, de acordo com dirigentes da empresa, é avaliar a receptividade que os dois teriam juntos ao público.
Os carros em questão são versões “apimentadas” do Mégane hatch, batizadas de R.S. (sigla de Renault Sport). Mas nem tente fazer alguma associação com o carro de mesmo nome que foi vendido por aqui até alguns anos atrás. No Velho Continente, o modelo está na terceira geração (lançada em 2008) e acaba de ser reestilizado.
Desenvolvido pela Renault Sport Technologies (subsidiária da marca, especializada em modelos esportivos), o Mégane R.S. tem duas configurações: Sport e Cup e ambas foram expostas em São Paulo.
As duas também contam com o mesmo motor, um 4 cilindros 2.0 turbo, capaz de gerar 265 cv e 36,7 mkgf de torque, além de câmbio manual de 6 marchas. Apesar disso, o comportamento dos dois carros é distinto, e se o Mégane R.S. Sport tem desempenho empolgante, o Cup é arrebatador!
Graças ao exclusivo diferencial de deslizamento limitado, o modelo exibe um comportamento mais instigante, especialmente nas curvas. Além disso, o ronco emitido pela saída centralizada contribui para essa sensação, assim como a decoração específica. Esse Mégane, definitivamente, não é recomendado para quem deseja passar despercebido.
Por dentro, os bancos podem ser esportivos (tipo concha) e o carro ainda traz um “brinquedo” muito interessante: um monitor pelo qual se pode cronometrar voltas, conferir as principais informações sobre o motor (pressão do turbo, temperatura do óleo, etc.) e até ver, por meio de gráfico, a atuação das acelerações laterais e longitudinais (força g), como na Fórmula 1.
Para quem aprecia uma condução esportiva, o Renault Mégane R.S. Cup é uma opção e tanto. Resta saber, agora, se a aprovação do público que visitou Campos do Jordão foi suficiente para confirmar a importação dos esportivos. Particularmente, acredito que a empresa só tem a ganhar com essa medida.
Ficha técnica – Renault Mégane R.S. Cup
Motor 4 cilindros, turbo, dianteiro, transversal, gasolina; Cilindrada 1.998 cm3; Cabeçote 4 válvulas por cilindro; Potência 265 cv a 5.500 rpm; Torque 36,7 mkgf a 3.000 rpm; Câmbio manual, 6 marchas; Freios a disco nas 4 rodas; Tração dianteira; Rodas liga leve, aro 18”; Comprimento 4,30 m; Largura 1,85 m; Altura 1,43 m; Entre-eixos 2,64 m; Suspensão dianteira McPherson; Suspensão traseira eixo de torção; Peso 1.387 kg